De malas feitas...

Pois é, chegou o dia.

As malas estão prontas e espero não me esquecer de nada importante. Cá vou eu, dar o salto para uma nova vida. A fazer figas e só com um pensamento... Tudo vai correr bem!

É assim que fecho a porta de uma etapa da minha vida e abro as asas no caminho de outra.

Vamos a isso, sem medos. Quem não arrisca nunca saberá!


26 de agosto de 2016

Festivais e festivaleiros

festivais Festivais...
Para todos os gostos e feitios ... ou talvez não

Vamos lá falar desses malditos festivais que acontecem um pouco por toda a parte quando os dias ficam maiores e mais quentes.
Esses malditos festivais que enchem as cidades de pessoas estranhas, que enchem bares, supermercados, lojas, transportes e muitos deles, até os nossos queridos museus e local de interesse e culturais. Malditos esses que fazem a economia mexer um pouco mais.
Malditos, esses festivas que fazem encontros e recontros multi-culturais.
Malditos esses festivais que abrem horizontes, trazem novas experiências, tanto a nível musical, social, artístico.
Malditos pá!

Existe, ainda hoje, um rótulo de festivaleiro que eu não consigo entender.
Se falamos de festivais altamente comerciais, é fashion, e somos os maiores porque fomos ao festival X.
Mas se falamos de coisas mais alternativas, é uma chuva de comentários negativos, são todos rotulados, são barulhentos, marginais, malucos, o que for...

Nesta pequena cidade da Holanda, realizam-se vários festivais durante o verão. Mais ou menos de 3 em 3 semanas há qualquer coisa. Desde festivais de lançamento de bandas novas, jazz, metal, trance, house, etc. Sendo que os maiores se realizam fora da cidade, no perímetro, num parque verde lindo com direito a praia, normalmente duram entre 3 a 4 dias, com camping, etc.
Como qualquer outro festival que se preze. ( eu duvido que alguém ouça barulho de lá. Só mesmo que vive colarinho ao parque...)

Com os primeiros festivais da época quase ou nada de mal se ouviu.
O Promise land, é um dance festival (no tal parque) que dura cerca de 2 dias onde se viaja entre o Deep house, Techno, Future House, Hardstyle, Freestyle, etc.
Vários Dj's, palcos, comida e bebida, e tudo o que se pode encontrar num festival.
Ouviram-se algumas reclamações de barulho, mas nada preocupante. O mesmo de sempre.
Há sempre quem não esteja bem com nada, não é verdade?



Seguiram-se festivais no centro da cidade, como o Friesstraatfestival (festival de rua), com teatro, musica, artes plásticas, artistas circenses e muita animação.






O Dancetour, um fim de semana para dançar, dançar e dançar.
O Cityproms, dedicado á música clássica.
Entre ouros.
Ahhh... e sem reclamações!

Depois o Welcome to the village. Festival que lança bandas novas, das mais diferentes veias musicais, desde o rock ao hiphop, dance, brasileira, africana, etc etc.
Um festival mais alternativo mas super cultural, onde a arte se mistura com os cenários. Os quiosques de comida muito mais elaborados, com fastfood gourmet, biológica, (onde por exemplo, toda a carne provém de machos) etc. Bebidas para todos os gostos, e até com uma cerveja própria.
Este também se realiza no parque, fora da cidade.
Confesso que eu não perco este, desculpem esta descrição mais efusiva, mas este eu gosto muito.
Estar deitada na praia com boa comida e boa companhia, e no fundo a ouvir um dos muito concertos. Apreciar a arte e os efeitos/dança de luz, é um festival super relaxaste, onde encontramos famílias inteiras. Muitas e muitas crianças. Coisa que nunca se vê em outros festivais.
Também com poucas reclamações. Pois quase todas as famílias estão lá. Não podem reclamar.














E depois começam os verdadeiros problemas.
E isto por cause das imagens criadas, dos estereótipos, dos rótulos...
Malditos festivais!

Temos então o Into the grave. Este bem no centro da cidade.
Festival de 2 dias, dedicado inteiramente ao metal! E como tal, está associado a este tipo de musica, uma inteira indumentária preta, bicos e botas doutras coisas que tal.
Mas não é isso que distingue uma pessoa boa de uma má certo?
Eu não consigo entender a chuva de reclamações que a Câmara e a Policia receberam.
Do barulho, dos marginais... Sério?
Pois o festival terminou sempre perto da 00.00h. Ao contrário dos outros.
E a maior parte do vandalismo que acontece nesta cidade, não provém de festivaleiros deste tipo.
Juro que não entendo...

Depois de outros pequenos festivais, concertos e etc espalhado pela cidade, chegamos ao festival mais problemático de todos... e eu me consumo a tentar perceber as verdadeiras razões, o porquê, não entendo. Por mais que pense no assunto, por mais conversas e debates, eu não consigo aceitar isto.
Foram reclamações troas de reclamações. Seja na Câmara, na policia, na rua, e em todas as entidades possíveis... não aceito. Não consigo aceitar. Não quero aceitar que em 2016, ainda haja este tipo de preconceito. E falamos de um pais de " mente aberta"? Lembro-me de ter escrito um dia sobre a " falsa mente aberta" dos holandeses.
Pois aqui está a prova disso!

O festival Psy-fi!
Este é um festival super alternativo, dominado pela musica trance, mas no fundo, com um pouco de tudo. É um festival de artes plásticas, artes performativas, com cenários espetaculares. Com uma esfera fantástica, Onde tu podes levar a tua própria comida e bebida, estender a toalha ou manta na praia e disfrutar o teu espaço e momento.
 É um dos maiores festivais deste tipo, com visitantes de 80 paises diferentes. Que ainda antes do festival abrir as portas, no tal parque fora da cidade, já se passeavam pela cidade, visitavam museus, faziam as suas compras, etc. Como outro qualquer turista.
Talvez seja esse o dilema. A economia mexer. Ter gente estranha na minha cidade.
Sim, essa gente de cablo colorido, rastas, piercings, e roupas manchadas... essas criaturas que possivelmente não têm qualquer educação, que são quase de certeza toxico-dependentes e alcoólicos. Essa gente que visitou museus (eu se, que eu vi!), que passeou pelo centro, que fez perguntas sobre monumentos, casas, lojas, costumes, essa gente que viajou de longe, e para além de vir a um festival, decidiu vir mais cedo e se interessou pela cidade que os acolheu!
Essa gente que deu mais uns trocos ás caixas dos lojistas, bares, e outros.
Essa gente pacifica, que se preocupa com o meio envolvente...
Gentinha! Vamos todos reclamar para expulsar essa gentinha.
Acabar com um dos maiores festivais deste tipo da europa, acabar com o "levar o nome de Leeuwarden" além fronteiras.
Sim!
Vamos todos olhar só para o nosso pequeno umbigo. Eu não gosto da musica, não gosto das roupas nem do aspecto destas pessoas, não gosto que eles sejam hiper verdes, protectores do meio e dos animais. Exageradamente alternativos e vistosos.
Todos fora daqui!


 Para os curiosos, visitem o link abaixo:

Psy-fi Leeuwarden












Desculpem, mas não consigo parar de ser sarcástica! Isto é demais para mim.

Acredito que para a semana, com o Jazz festival, a decorrer espalhado pela cidade, entre habitações, com musica até ás tantas... não haverá qualquer reclamação. Pois é um festival para gente dita " normal". Dentro dos padrões.
Por favor....
Give me a break!


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